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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Apocalipse - Estudo do Livro

Apocalipse
Rev. J.C.L.Ferreira

Neste mês iremos estudar o Livro do Apocalipse, e com muita certeza, é o livro que mais abusos têm sofrido no decorrer da História e, como decorrência, o livro que tem despertado reações sempre as mais antagônicas possíveis. Há aqueles que o amam por seu conteúdo, beleza, e imagens fortes. Por outro lado, outros sentem um verdadeiro “pavor” do livro por não compreenderem-no e devido a estudos ou sermões ouvidos que revelavam uma perspectiva de análise equivocada.
Os estudos que se seguem não são um “comentário” ao Apocalipse, mas uma série de “estudos” isso não significa um estudo superficial, mas fornecer uma visão e interpretação do Apocalipse que permitam que aqueles que leiam possam ter mais proveito em suas vidas.
Data e composição do livro Apocalipse:
Data tradicional sob Domiciano, Eusébio resumindo a tradição da Igreja sobre este assunto, atribui o exílio de João em Patmos, e, consequentemente, a composição do Apocalipse, a última parte do reinado de Domiciano (81-96 dC). Irineu (cerca de 180 dC) diz do livro: “Por que foi visto, não há muito tempo, mas quase em nossa própria geração, no final do reinado de Domiciano” (Adv. Haer., V. 30, 3 ). Este testemunho é confirmado por Clemente de Alexandria (que fala do “tirano”), como Orígenes e escritores posteriores. Epifânio (século 4), na verdade, coloca (Haer., li. 12, 233) o exílio de Patmos, no reinado de Cláudio (41-54 dC), mas como, na mesma frase, ele fala do apóstolo tendo 90 anos de idade, é claro que é um erro estranho em nome do Imperador. A data anterior corresponde às condições do livro (a decadência das igrejas; perseguição generalizada e grave), e com a predileção de Domiciano, para esta modalidade de banimento (compare Tácito, História i. 2; Eusébio, Historia Eclesiastica, III, 18).
1. APOCALIPSE - O VILÃO DO NOVO TESTAMENTO.

Por que esse título? Porque é assim que a maioria de nós vê tal livro. Embora não tendo lido o Apocalipse, ou lendo pequenos trechos dele, grande parte das pessoas crê que ele fala do fim do mundo, com estrelas e prédios caindo sobre suas cabeças. Além disso, ele falaria do grande sofrimento pelo qual os cristãos passarão, e isso não é nada bom para qualquer pessoa, e além do mais, esse dado estaria em contraste com a vida vitoriosa da qual o resto do Novo Testamento fala. O Apocalipse também é um vilão por que ele fala de Dragão, Besta, Falso Profeta, 666 como número da Besta, dando a impressão que todos eles um dia, de modo inesperado, surgirão correndo atrás dos cristãos para matá-los, e isso gera pânico em muitas pessoas.

A interpretação popular também ajuda a confundir o entendimento do livro. Uma interpretação meramente futurista, alienante e de extrema direita é muito comum. Nesse sentido, o Apocalipse falaria apenas do futuro, sem se importar com o presente, sendo que a conseqüência disso seria a alienação profunda gerada naqueles que o lêem. É comum ver esse tipo de interpretação. O livro também serviu para justificar posturas politicamente corretas (???), que viam o Apocalipse falando que ex-União Soviética juntamente com a China (Gogue e Magogue - Ap 20,7-8), como bloco comunista e diabólico, combateriam os cristãos democráticos e capitalistas, os quais, entretanto, venceriam com a ajuda de Cristo (obviamente essa visão foi difundida por intérpretes norte-americanos).
Por essas e outras razões, por que um cristão leria esse livro?

2. QUE LIVRO É ESSE?

O ponto de vista acima encontra sua razão na falta de entendimento do gênero literário ao qual o Apocalipse pertence. Na realidade, Apocalipse é um gênero literário. O livro faz parte de um conjunto de obras chamado de APOCALÍPTICA. Vários outros livros apocalípticos, semelhantes ao que estamos estudando foram escritos:
• I Enoque, escrito cerca de 200 a.C.
• Livro do Jubileu, por volta do 2o. século a.C.
• Testamento de Moisés, começo do 1o. século d.C.
• 4 Esdras, final do 1o. século d.C.
• Apocalipse de Abraão, 1o. ou 2o. século d.C.
• Daniel 7-12.
• Marcos 13 (paralelos em Mt 24 e Lc 21).
• 2 Tss 2.

Todos esses livros compõem a literatura apocalíptica. Ela procura transmitir uma mensagem de fé e esperança para aqueles que estão sofrendo. O próprio termo apocalipse, que significa revelação, indica isso. Através desses livros, seus autores querem revelar o propósito de Deus àqueles que são perseguidos por sua fé. O objetivo dos livros é mostrar a verdadeira realidade a fim de fornecer forças para continuar na luta. Isso se dá através de imagens muito coloridas e simbólicas. Por exemplo, a simbologia dos números: três, sete, doze, mil anos, cento e quarenta e quatro mil. A figura de animais: dragão, besta, leão, urso, cordeiro. Na realidade, parece uma linguagem secreta, em código. De fato, era isso mesmo. Para aqueles que perseguiam esses livros não tinham sentido. Mas para aqueles que escreviam ou liam, eram cheios de significado.

Nosso problema hoje, é que nos sentimos como aqueles que perseguiam os cristãos. Não conseguimos entender a mensagem do Apocalipse. Para que o compreendamos, é necessário conhecer um pouco do contexto em que o livro surgiu, e, principalmente, conhecer o Velho Testamento, de onde a grande maioria das imagens é tirada.

Mas também é importante saber que o livro interpreta vários de seus símbolos. Ex: 1,12 com 1,20; 12,3 com 12,9; 17,3 com 17,9.

Geralmente, o vário tipo de exposição do Apocalipse limita-se a quatro. A concepção preterista vê as profecias como inteiramente relacionadas aos dias de João, sem nenhuma referência a épocas futuras. A interpretação histórica contempla as visões como a predição da história desde o tempo do escritor até o fim do mundo. A explicação futurista coloca a relevância das visões inteiramente no fim da época, afastando-as grandemente do tempo do profeta. A explanação poética considera ilegítimos todos os sistemas de interpretação rígidos. Segundo ela, o profeta simplesmente descreve, à maneira dos seus predicados de artista, o triunfo certo de Deus sobre todos os poderes do mal.

Autores liberais francamente endossam a escola preterista e repudiam os elementos de predição no livro; muitos, contudo, aceitam como válidos os princípios do governo moral de Deus, que se revelam no fundamento do ensino profético. Geralmente, os reformadores adotam o ponto de vista histórico. Identificam o poder coativo com a Roma papal. Rigidamente interpretado, este conceito parece ser contrário à analogia de todas as outras profecias da Bíblia. A exposição futurista era a dos primeiros séculos da Igreja e goza de grande aceitação hoje entre os evangélicos. Em sua forma popular, contudo, está sujeita a sérias objeções, visto que o pano de fundo histórico do livro é quase inteiramente negligenciado. Na verdade, vulgarmente consta que João escreveu o Apocalipse, não para a sua própria época, mas para a Igreja do tempo final. Daí os seus proponentes fazem com que o livro preste informações e idéias tais como as de que o profeta jamais cogitou. Exageros desta espécie levam muitos leitores a avaliar o livro somente do ponto de vista estético, negando tivesse relação com uma situação específica qualquer.

Os símbolos, não obstante, significam alguma coisa. João foi mais do que poeta, apresentando em imagens indefinidas o triunfo de Deus sobre o mal. Ele escreveu para as igrejas a seus cuidados com uma situação prática em mira, a saber, o prospecto da adoração popular de César tornar-se em seus dias obrigatória para os cristãos. Ninguém que diz “Jesus é Senhor” pode também confessar “César é Senhor”, esta última exigência ameaçou a própria existência de toda a Igreja de Deus. Com lúcida compreensão dos princípios envolvidos, João percebeu nitidamente o que seria a consumação lógica das tendências já em operação, a saber, a humanidade dividida para a obediência de Cristo ou do anticristo. No esboço da época de João, portanto, e nas cores do seu delineamento, ele descreveu a última grande crise do mundo, não meramente porque, de um ponto de vista psicológico, ele não pudesse fazer outra coisa, mas por causa da real correspondência entre a sua crise e a dos últimos dias. Como a Igreja era, então, alvo de uma devastadora perseguição de Roma, assim deveria nos últimos dias encontrar-se violentamente perseguida pelo poder mundial prevalescente. A vitória dessa grande luta será o advento de Cristo em glória, e com Ele o estabelecimento do reino de Deus em poder. João claramente contemplou o fim como próximo (Ap 1.1-3), mas esta "antecipada perspectiva" não invalida as suas predições mais do que o fizeram aquelas dos profetas do Velho Testamento e de nosso Senhor, por ser isto característico de toda a profecia.

A exposição seguinte, então, procura interpretar as visões do livro como os leitores devem ter feito a quem elas foram primeiro, endereçadas, reconhecendo, não obstante, que o seu próprio cumprimento aguarda o dia que não é conhecido nem de homem nem de anjo, mas que está ainda sob a divina autoridade (At 1.6).

Interpretação Preterista do Livro de Apocalipse: O ponto de vista preterista, que compartilha da mesma pressuposição que a posição idealista, limita o Apocalipse à mera descrição das perseguições contra o cristianismo movidas pela antiga Roma e ao que se poderia esperar que acontecesse, mediante a destruição do império romano e a vindicação dos cristãos quando da volta de Cristo, supostamente iminente. Naturalmente, segundo esse prisma interpretativo, o Apocalipse estaria equivocado - Jesus não retornou prontamente, apesar da derrocada do império romano e de haver continuado o cristianismo. Em conseqüência, os, pretéritas procuram redimir o resíduo de significação da obra para os tempos modernos apelando, igualmente, para o ponto de vista idealista. Os pretéritas tendem por inferir que houve a utilização da mitologia pagã por todo o Apocalipse.

O ponto de vista histórico interpreta o Apocalipse, como uma simbólica narrativa prévia da história da Igreja, a contar da era apostólica até ao retorno de Cristo e ao juízo final. Assim, pois, o quebrar dos selos representaria a queda do império romano, os gafanhotos saídos do abismo simbolizariam as invasões muçulmanas, a besta apontaria para o papado (de acordo com os reformadores Protestantes), e assim por diante. Porém, as explicações sobre os símbolos individuais variam de tal maneira, entre os intérpretes pertencentes a essa escola que a dúvida acaba maculando esse próprio método de interpretação. Porque embora a linguagem profética possa ser um tanto opaca, antes de sucederem os eventos preditos, o cumprimento dessas profecias deveria aclarar suficientemente a linguagem usada de forma a ficar impedida a gama de variações interpretativas que se vê entre os historicistas. (Por exemplo, os historicistas têm identificado variegadamente os gafanhotos saídos do abismo, em 9:1 ss.. como os vândalos, os godos, os persas, os islamitas, os hereges. etc.) Geralmente falando, os historicistas aferram-se ao pós-milenismo, isto é, a idéia utópica de que Cristo voltará após um prolongado período áureo (o milênio), resultante da conversão do mundo ao cristianismo - conceito esse muito popular no século XIX; ou então esposam o amilenismo (posição mais usual desses intérpretes em nossos dias), o qual nega que haverá um reinado literal de Cristo durante mil anos, sobre a restaurada nação de Israel e sobre os gentios, transmutando o reinado milenar de Cristo em Seu presente domínio espiritual, estando assentado à mão direita de Deus Pai.

O ponto de vista idealista despe a linguagem simbólica de qualquer valor como predição de acontecimentos futuros, pois reduz a profecia a um quadro simbólico sobre o conflito contínuo entre o bem e o mal, entre a Igreja e o paganismo, com o triunfo eventual do cristianismo. Essa interpretação encerra certo âmago de verdade, porém, origina-se principalmente da pressuposição de que é impossível a profecia genuinamente preditiva, bem como do embaraço ante a extravagância da linguagem apocalíptica.

O ponto de vista futurista reconhece que o Apocalipse teve começo motivado pela pressão exercida por Roma sobre a Igreja, durante o primeiro século cristão, e que o livro falava diretamente àquela situação; mas também assegura que o volume maior da obra descreve um período futuro angustioso e caótico, que recebe o título de “tribulação”, seguido de perto pelo retorno de Cristo, pela inauguração do reino de Deus, pelo julgamento final e pelo estado eterno. Os futuristas normalmente calculam que a tribulação, ou septuagésima semana de Daniel (vide Daniel 9:24-27), terá a duração de sete anos, e que talvez somente os últimos três anos e meio desse período é que sejam realmente angustiosos. Outrossim, usualmente também afiançam ser veraz o ponto de vista pré-milenial. O qual afirma que, quando de Sua volta, Cristo restabelecerá o reinado dravídico sobre Israel e governará o mundo por mil anos paradisíacos (o milênio), esmigalhará a rebelião inspirada por Satanás que terá lugar perto do fim do milênio, e presidirá sobre o julgamento final, antes de ter início o estado eterno.

(continua)

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