Refletimos sobre o texto de Gênesis 32 – Jacó voltando para sua terra Natal após 20 anos distante. Ele se distanciou porque fugia, porque tinha muitas culpas. Afinal, enganou o próprio pai que estava cego e traiu seu irmão para ficar com a herança. Enriqueceu nas terras do sogro usando de artifícios ardilosos. Jacó precisava de reconciliação. Ele não podia fugir mais. No vale de Jaboque ele trava com o anjo a “batalha espiritual” mais séria e decisiva de sua vida. Não foi uma batalha contra “demônios”. Foi uma batalha consigo mesmo. Jacó deseja e precisava de reconciliação para viver em paz.
Não importa comparar nossos erros ou o nosso passado com o de Jacó. Importa comparar nossos sentimentos. Para todos nós chega um momento da vida em que não é mais possível arrastar culpas. Todos necessitamos de reconciliação com nosso passado, com as pessoas que prejudicamos, porque isso significa reconciliação com Deus e conosco mesmo. O que importa é nosso futuro. Por mais que tentemos ocultar certos sentimentos e pensar que estão ilhados e mortos, sabemos que mais cedo ou mais tarde eles ressurgem, “voltam a incomodar’, cobrando de nós um acerto de contas.
O “vale de Jaboque” não é só geográfico. É existencial. É o momento em que limpamos nossa consciência e renascemos para um futuro diferente. Jacó lutou com o anjo e não desistiu. Perseverou até ter seu “nome” mudado. Agora era “Israel”. Um novo homem, pronto para construir um futuro diferente, e plenamente reconciliado.
Não despreza seu próprio “vale de Jaboque”. Não o transfira para outros. Nenhum padre, bispo, pastor, Papa pode passa-lo por você. Ninguém mais é responsável por esse acerto de contas além de você mesmo. Não adianta recorrer ou culpar pai, mãe, irmãos, filhos, avós, amigos. É o seu vale. É a sua vida.
Persevere nessa luta espiritual. A promessa e o ensino bíblico é que, com perseverança, busca e fé, a reconciliação pode ser alcançada
(resumo do “Mistério do dia” Capela da Inclusão”
(rev. Carlos Calvani)
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